para ter mais disposição e saúde perfeita
Arroz integral, quinoa e farelo de trigo concentrado estão entre os ingredientes indicados pelos nutricionistas para a receita de uma vida longa e saudável.
Os alunos da Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI) confessam que sofrem do mal de telha: o grupo de setentões não consegue passar o dia debaixo do mesmo teto. E tudo por causa de uma mudança no cardápio. "Tenho mais disposição, vontade de sair mais do que eu já saio. Estou sofrendo do mal de telha", conta dona Rosa Figueiredo, de 74 anos.
Os alunos da Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI) confessam que sofrem do mal de telha: o grupo de setentões não consegue passar o dia debaixo do mesmo teto. E tudo por causa de uma mudança no cardápio. "Tenho mais disposição, vontade de sair mais do que eu já saio. Estou sofrendo do mal de telha", conta dona Rosa Figueiredo, de 74 anos.
"Mal de telha" é a expressão que os alunos da UnATI, no Rio de Janeiro, usam para falar da própria energia. "Minha taxa de colesterol é 160; a de triglicerídios, 150; e a de glicose, 90", revela Marfisa Magalhães Monteiro, de 83 anos. Eles aprenderam que lidar com os alimentos nesta fase da vida requer, acima de tudo, sabedoria. Mas o que é, afinal, comer bem para quem já passou dos 60? A primeira lição: o valor dos cereais.
"A vantagem do arroz integral é que ele tem mais nutrientes, principalmente fibras, que servem para o bom funcionamento do intestino", explica uma professora.
"O arroz polido já perdeu várias propriedades", completa Rosa Figueiredo. Outra descoberta: a quinoa é um cereal rico em proteínas, vitaminas e minerais. "Ele foi utilizado pelos astronautas da Nasa. É um cereal da região dos Andes, que tem um valor nutritivo muito elevado", conta a nutricionista Maria de Fátima Menezes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
"A aveia é ótima para reduzir o colesterol", acrescenta dona Mariete de Souza Santos, de 72 anos. A professora confirma: a aveia tem a fibra que vai ajudar a absorver o colesterol bom, o HDL. "Eu uso aveia com banana, no leite, mingau, sopa e uma novidade: até para fazer bife à milanesa. Fica uma delícia", revela dona Mariete. E é no macarrão que se encontra o farelo de trigo concentrado.
"O macarrão é basicamente uma fonte de carboidrato. Então, estamos incorporando fontes de fibras", explica Maria de Fátima. Mas o melhor momento do curso é mesmo a aula prática. Os alunos vão para a cozinha. Cereais em fartura e em boas companhias. "Arroz integral temperado com alho, cebola e shoyo. Deixa cozinhando por 20 minutos", conta uma aluna. Acrescente também repolho, vagem, cenoura e brócolis. O molho shoyo substitui o sal. Quinoa refogada.
Nos temperos, tomate e cebola picadinhos e uma pitada de sal. A quinoa fica ainda mais apetitosa com o contraste do verde do espinafre. Por cima, queijo branco. O macarrão é o último a ir para o fogo. Massa de cozimento rápido exige que os acompanhamentos estejam à mão: atum e rúcula. O azeite extra-virgem está entre as gorduras boas, mas nada de ir para o fogo. Ele só entra depois do prato pronto. Saboreando e comentando. Todos já se acham "chefes de cozinha", ou melhor, "chefes da própria saúde".
"Feijão, arroz, macarrão, purê de batata, tudo junto. Durante muito tempo carreguei esse entulho. Agora tenho uma alimentação correta, com legumes, verduras e muita fruta", conta seu Martius de Oliveira, de 75 anos. "Eu não tenho pressão alta nem tomo remédio", diz dona Cecília Maiarotti, de 77 anos. "Podemos comer chocolate. Mas saboreamos um bombom, e não uma caixa", diz dona Ivone Pereira, de 63 anos. E é na hora da compra que as irmãs Georgina e Lourdes de Lima Lana aplicam tudo o que aprendem na aulas.
"Quiabo é para fazer um ensopadinho gostoso com frango. É uma delícia e faz bem. Compra tomate fresco, não usamos nada químico nem com aditivo.", conta dona Lourdes, de 62 anos. E para ficar mais temperadinho, salsa, cheiro-verde. NO café da manhã, elas tomam suco de laranja, cenoura e beterraba. À mesa, pão integral e mingau de aveia, cereal com presença garantida. "Eu como esse mingau há mais de 20 anos", conta dona Lourdes. Ter tempo para aprender cada vez mais é um privilégio que pode ser ainda maior quando o conhecimento é repassado para outros idosos. Saber qual alimento é melhor para o corpo pode ser nutriente fundamental para fortalecer as atividades do dia-a-dia. Em um abrigo, as irmãs Georgina e Lourdes são as mestres. A vontade de mudar contamina todo mundo.
"Nós temos de comer bastante cereal para sermos idosas energéticas, cheias de vida, de vitalidade, rejuvenescidas por uma alimentação equilibrada", ensina dona Lourdes. Entrar na internet e digitar um único título que seja sobre lista de alimentos que rejuvenescem pode surpreender muita gente. Uma relação recomendando os mesmos cereais, verduras, legumes e frutas está em milhares de páginas diferentes.
A equipe do Globo Repórter enviou essa lista para médicos e nutricionistas de vários centros de estudos, em diferentes pontos do Brasil. Não há dúvida: são alimentos que nos fazem bem, mas é preciso atenção na hora de escolher o que é melhor para você, principalmente se já passou dos 60. Maçã, uva, soja, alho, aveia, azeite de oliva, tomate, castanha-do-pará, iogurte e semente de linhaça. Será que tudo isso faz bem? "Eu não posso dizer que vou comer maçã e aveia e isso vai curar determinado problema. Temos que tomar cuidado por vários motivos. Além da alimentação, tem quatro fatores: quantidade, qualidade, harmonia e adequação. Esses quatro fatores estão ligados à adequação para o organismo de cada um", alerta a nutricionista Márcia Madeira, da Uerj. O segredo da longevidade pode estar na informação. Faça como os alunos da UnATI: pergunte ao médico, ao nutricionista, aprenda a dosar cada alimento e curta muito bem tantos sabores. E muita saúde!
mátéria retirada do Globo Repórter
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