sábado, 3 de outubro de 2009



Equoterapia


- Um método terapêutico

A Equoterapia é uma abordagem terapêutica relativamente nova no Brasil.Visa utilizar o cavalo como facilitador para um melhor desenvolvimento neuropsicomotor e psicológico do indivíduo. Essa interação com o animal propicia ao paciente atingir novas formas de comunicação, socialização, concentração, equilíbrio, coordenação motora, conscientização postural, ganho da auto estima, etc.


O trabalho é realizado por profissionais de diversas áreas como fisioterapeutas, psicólogos, professores de educação física, equitadores, fonoaudiólogos e psicopedagogos. Todos os profissionais estão capacitados após curso realizado pela Associação Nacional de Equoterapia- ANDE, instalada em Brasília.


É considerada como método terapêutico pelo Conselho Federal de Medicina desde abril de 1997. Apesar de ser indicada também aos adultos, as crianças são a grande maioria, principalmente as que apresentam déficit motor nas doenças neurológicas. O trabalho motor realizado na Equoterapia é muito importante.


O animal utilizado para Equoterapia deve ter idade acima de 8 anos, período em que se encontra com certa maturidade, ficando mais fácil condicioná-lo. O cavalo e o golfinho são os animais mais utilizados por serem extremamente inteligentes e de memória bem desenvolvida. O movimento do cavalo é a base para esse trabalho. A sua marcha é tridimensional (frente/trás, cima/baixo, esquerda/direita) como nos homens.


As sessões terapêuticas duram 30 minutos, sendo uma vez por semana. Na 1a sessão, o contato com o animal é feito com fotos de cavalos, brinquedos e bichos de pelúcia. Num segundo momento a aproximação do paciente ao animal é feita através do toque e da escovação da crina.


Nessa fase inicial, aprende-se sobre o mundo do cavalo, do que se alimenta, como é feita sua higiene, como dorme, etc. Respeitando o tempo de adaptação ao animal, o paciente monta, primeiramente na manta, onde o contato é muito próximo e a sensação dos movimentos paciente/animal é intensa. Posteriormente a é utilizada na montaria e os pacientes ajudam nesse preparo do cavalo. Todos montam de capacete e roupa adequada com calça comprida e sapato fechado.


Esse contato é multisensorial. O animal no menor movimento, eleva sua temperatura corporal. Com isso as sensações de calor, toque e cheiro são aconchegantes ao paciente. Os profissionais sempre estão atentos, observando as necessidades, o desenvolvimento e os limites físicos numa avaliação individual. Crianças autistas, com paralisia cerebral, com Síndrome de Down, hiperativas, com distúrbios de comportamento em geral, são beneficiadas. O autista manifesta-se emocionalmente com o cavalo através do toque e da expressão do seu rosto. É um contato com o mundo que se inicia. Sua atenção melhora, suas esteriotipias (tiques) diminuem assim como sua agitação.


Nas crianças hiperativas o cavalo impõe respeito e elas aceitam melhor seus limites. Esta terapia age na inquietude constante dessas crianças. Isso significa que em certos casos a Equoterapia funciona como motivador, em outros casos como limitador. Um trabalho pedagógico pode ser feito de várias formas com as crianças. Elas são estimuladas com cores, letras, formação de frases e identificação de objetos. A criança montada trabalha o tônus muscular e a coordenação motora dos braços e mãos identificando e apanhando objetos pendurados acima dela. Com os adultos há contribuição da Equoterapia nos casos de Esclerose Múltipla, Derrame Cerebral e Traumatismo Craniano. O terapeuta sempre monta junto com o paciente no início. Com a maior independência, o paciente passa a montar sozinho, mas tendo sempre o terapeuta a seu lado. O objetivo final desse tratamento é que ele domine completamente o cavalo. A partir daí estaria pronto para o mundo.


O cavalo tem 3 tipos de andadura:


Nível 1 - ao passo


Nível 2 - trote


Nível 3 - galope


Durante as formas de andadura do cavalo, principalmente ao passo e trote, o paciente montado é obrigado a se adequar a essa forma tridimensional de movimento, estimulando muito o tônus muscular como nos casos de crianças com deficiência motora e paralisia.



Na fase 3, que é o galope, existe o verdadeiro domínio sobre o animal e não é executada comumente na Equoterapia, por ser considerada atividade pré-esportiva. A andadura de nível 1 é a mais utilizada. Todo paciente, antes de iniciar este tratamento passa por avaliação do médico responsável e pela equipe de profissionais que realizará a Equoterapia.



Podem ser contra indicados pessoas com episódios frequentes convulsivos e com problemas mais severos de coluna e quadril. É gratificante perceber a evolução e a sensação de felicidade demonstrada nos rostos desses pacientes. Nesses momentos de maior alegria eles se doam, aceitam melhor os estímulos e demonstram sua vontade de vencer.


fonte: /www.canalsaude.com.br/fisioterapia/equoterapia.html

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