terça-feira, 28 de julho de 2009


Gripe suína: entenda como a epidemia começou

A gripe suína ameaça se alastrar pelo mundo, num devastador efeito dominó, e deixa em alerta autoridades sanitárias de vários países, além da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas (ONU), que vislumbram o risco de uma nova pandemia internacional. O mal teve início no México, onde em 27 de abril havia suspeita de pelo menos 149 mortes, e em poucos dias atingia os Estados Unidos, o Canadá, a Espanha e a Grã-Bretanha. Entenda o que é a febre e como surgiu.

1. O que é a gripe suína?

A gripe suína é uma doença respiratória aguda dos porcos, que pode ser transmitida para criadores e tem capacidade de se propagar rapidamente. A epidemia teve início no México e, em poucos dias, já atingia os Estados Unidos, o Canadá, a Espanha e a Grã-Bretanha.


2. Quais os sintomas?

Os sintomas da gripe suína são similares aos da gripe comum, porém, mais agudos. Segundo o Ministério da Saúde, é comum o paciente apresentar uma febre repentina acima de 38 graus, acompanhada de problemas como tosse, dor de cabeça, dor nos músculos e nas articulações e dificuldade na respiração. Os sintomas podem ter início no período de três a sete dias após contato com o influenza A (H1N1).


3. Qual é o agente causador da doença?

O vírus da gripe suína é o influenza A (H1N1), novo subtipo do vírus da influenza, o causador da gripe. O subtipo se formou dentro do organismo suíno. Isso porque, assim como no ser humano, os vírus da gripe sofrem mutação contínua no porco, um animal que possui, nas vias respiratórias, receptores sensíveis aos vírus da influenza suínos, humanos e aviários. O organismo do porco funciona como um tubo de ensaio, combinando vírus e favorecendo o aparecimento de novos tipos. Esses vírus híbridos podem provocar o surgimento de um novo tipo de gripe, tão agressivo como o da gripe aviária e tão transmissível quanto o da gripe humana. Ainda uma novidade para o sistema imunológico humano, esse vírus poderia desencadear uma pandemia de gripe.


4. Quais são as formas de contágio?

A gripe de origem suína não é contraída pela ingestão de carne de porco, mas por via aérea, de pessoa para pessoa, principalmente por meio de tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas, e em locais fechados. Isso porque, de acordo com os Centros de Controle de Enfermidades dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), a temperatura de cozimento (71º Celsius) destrói os vírus e as bactérias presentes na carne de gado suíno.

5. A doença gripe suína tem cura?

Sim. Há um medicamento antiviral, o Tamiflu - que contém oseltamivir, substância já usada contra a gripe aviária. Indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ele está disponível na rede pública para ser usado apenas por recomendação médica, a partir de um protocolo definido pelo Ministério da Saúde. O remédio só faz efeito se for tomado até 48 horas a partir do início dos sintomas. O Ministério da Saúde está controlando o remédio - cujo estoque afirma ser suficiente para o país - para evitar a automedicação. De acordo com o ministério, a prática levaria ao mascaramento de sintomas, ao retardamento do diagnóstico e até à vitória do vírus.


6. Existe vacina contra o mal?

Só para porcos. Para o ser humano, não existe vacina contra esse novo subtipo de vírus da influenza. Segundo a OMS, autoridades de saúde dos Estados Unidos tomaram os primeiros passos para iniciar a produção de uma vacina contra o vírus, mas não há previsão para o desenvolvimento dela. A vacina contra a gripe humana não protege contra o mal causado pelos porcos.


7. Há medidas preventivas que possam ser tomadas no dia-a-dia?

O Instituto Brasileiro de Auditoria em Vigilância Sanitária (Inbravisa) está repassando aos que o procuram cinco recomendações dadas pelos Centros de Controle de Enfermidades (CDC, na sigla em inglês), dos Estados Unidos. São elas: 1) evitar contato direto com pessoas gripadas; 2) ficar em casa se estiver em período de transmissão da doença (até cinco dias após o início dos sintomas); 3) cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel ao tossir ou espirrar; 4) lavar as mãos frequentemente (principalmente antes de comer ou de tocar os olhos, nariz ou boca e depois de tossir, de espirrar e de usar o banheiro); 5) usar máscara cirúrgica em locais de grande concentração de pessoas, como aeroportos, ruas movimentadas e shopping centers. As autoridades sanitárias americanas também orientam, como forma de aumentar a resistência do organismo, que as pessoas se vacinem contra a gripe comum, tenham no mínimo 8 horas de sono por dia, bebam líquidos em abundância, consumam alimentos nutritivos e pratiquem exercícios físicos. De acordo com a Inbravisa, as dicas do CDC devem ser seguidas pelos brasileiros. A elas, o Ministério da Saúde recomenda que o ambiente doméstico seja arejado e receba a luz solar, o que ajuda a eliminar os possíveis agentes das infecções respiratórias e que se evite tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies.


8. Quais as recomendações do Ministério da Saúde a viajantes internacionais?

Aos passageiros que deixam o Brasil com destino a países afetados pela epidemia, o Ministério da Saúde recomenda evitar locais com aglomeração de pessoas e contato direto com pessoas doentes, assim como evitar tocar olhos, nariz ou boca, cobrir o nariz e a boca com um lenço descartável ao tossir ou espirrar, lavar as mãos freqüentemente e não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal. Também é recomendado levar na mala máscaras cirúrgicas descartáveis, seguir com rigor as instruções das autoridades sanitárias locais, não usar medicamentos sem orientação médica e procurar assistência médica, informando história de contato com doentes e roteiro de viagens recentes, em caso de adoecimento. Aos viajantes que voltam ao país e apresentarem sintomas da doença até 10 dias após saírem de áreas afetadas, a orientação é para procurar assistência médica na unidade de saúde mais próxima e informar ao profissional de saúde o seu roteiro de viagem.


9. A internet oferece fontes seguras de informação sobre o assunto?

Sim. No Brasil, o Ministério da Saúde está disponibilizando informações em seu site. Em nível global, são também fontes confiáveis os sites da OMS (em inglês, com opções de espanhol e francês), da Organização Panamericana de Saúde (Opas, em inglês e espanhol) e dos Centros de Controle de Enfermidades dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês, idioma do site).

matéria retirada do site: veja.abril.com.br

terça-feira, 21 de julho de 2009




Médica receita água para curar doenças




  • Lençóis d'água ricos em minérios escorrem pelas fontes de São Lourenço (MG) e ajudam a tratar rins e problemas no estômago.



  • A Maria Fumaça passa pelas montanhas de São Lourenço, em Minas Gerais. Ricas em minério, elas guardam, no subsolo, um tesouro que muita gente vai procurar: incontáveis minas de águas minerais. “Elas têm propriedades medicinais. Tem para os olhos e para o fígado. Cada uma tem propriedades que ajudam na saúde”, ressalta a empresária Gislene Moreira. As águas percorrem verdadeiros lençóis de minérios e escorrem pelas fontes de um parque, bem no centro de São Lourenço. Resultado? Das bicas jorram águas magnesianas, ferruginosas, sulfurosas e alcalinas que têm curado muita gente!



  • “Eu apanho uma água que é para os cálculos renais. Eu vou apanhar uma outra que é a alcalina, que é para o ácido úrico. Eu evito o remédio também. O meu pezinho incha se eu não tomar”, conta o motorista de táxi Adilson dos Santos. “Não é questão de acreditar no poder dela. É a questão de você vê o resultado”. A dona de casa Eriete de Freitas também não dúvida. Com problemas graves nos rins e no estômago, ela não podia ficar sem remédios, e os efeitos colaterais aumentavam a cada dia. Com recomendação médica, ela começou a se tratar com as águas medicinais. “Eu desinchei. Estava muito inchada por causa da cortisona, mas comecei a tomar água. Agora, meus rins funcionam muito bem agora. Não preciso de remédio”, revela Eriete. “A gente toma remédio para uma coisa piora outra. E a água não. A água traz só benefícios para a gente”. “Eu tenho acompanhamento médico. Todos os meses, vou na médica”, diz Eriete.



  • A médica Maria Celina de Mattos é a pioneira na cidade. Médica do Sistema Único de Saúde (SUS), ela já tratou mais de 80 pacientes só com as águas medicinais. A sala de espera está sempre cheia. O caso da professora Márcia Stusse Martins é surpreendente. Foram três anos de dores causadas por dois cálculos no rim direito, várias internações e uma tentativa de extrair as pedras a laser, mas não adiantou. “Eu teria que refazer uma cirurgia. Foi quando eu resolvi fazer esse tratamento com as águas minerais com a Dra. Celina. Bebo de três e a cinco águas alcalinas, aqui de São Lourenço mesmo. No 15ª dia, eu senti alívio. Foi como se tivesse saído tudo mesmo. E nunca mais tive nada”, afirma a professora Márcia Stusse Martins. “Eu não vi a pedra, mas eu senti um peso, senti cólica renal. Depois daquele dia, parece que foi uma descarga que eu tive que eu acho que saiu tudo”. Com os exames de Márcia na mão, a Dra. Celina de Mattos conta como sabe que a dona Márcia se livrou do cálculo.



  • “No dia 26 de novembro de 2007, ela tinha cálculo no rim direito dela. Depois, ela me procurou em fevereiro de 2008. Nós fizemos o tratamento com as águas. E dá para ver que a bexiga está livre, que o rim esquerdo está livre e o rim direito, livre. Então, isso me garante que ela não tem mais o cálculo renal”, explica a médica. Foi assim também com a aposentada Ana Maria Melo de Souza que se espantou com o resultado da ultrassonografia: gordura no fígado. Ela seguiu à risca a receita da médica. “Ela passou a água magnesiana. Eu comecei a tomar, fiz o exame de novo e já deu que tinha melhorado”, conta Ana.



  • A aposentada Carmem de Azevedo passou anos procurando a cura dos problemas urinários. Em 15 dias de tratamento com as águas, ela ficou curada. “Eu não tomei outro remédio. Eu só tomei a água. Passou um tempinho e eu não sentia dor. Inclusive o fluxo urinário aumentou”, conta Carmem. A Dra. Celina diz as mudanças que poderiam acontecer no atendimento de saúde no Brasil se o tratamento com águas minerais fosse adotado. “O primeiro impacto seria o lado emocional do paciente, porque ele não iria tanto para o hospital, não passaria por cirurgias e medicações. E seria menos oneroso. Você não vai ter nenhum gasto financeiro, vai utilizar só água mineral”, ressalta. “A gente fala das águas, e está tudo documentado. A gente tem que documentar para as pessoas poderem acreditar”, afirma a médica.

Matéria retirada do Globo Repórter!

quinta-feira, 16 de julho de 2009







O poder do vinagre






  • Tempero é bom para hipertensos, cardíacos e para quem tem osteoporose. Benefícios começam a ser desvendados em laboratório de Adamantina, São Paulo.


  • Vinho acre: o vinho que azeda. Na Antiguidade, sem boas condições de armazenamento, azedava mesmo. Assim, surgiu o vinagre. "Vinagre acompanha muito a história do vinho. Desde que se produziu o vinho, provavelmente se tem o vinagre", conta Wilma Spinosa, coordenadora do curso de engenharia de alimentos das Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI).

  • Um dos temperos mais antigos da Humanidade, ele continua cheio de mistérios. Alguns deles começam a ser desvendados em um laboratório em Adamantina. São descobertas que têm tudo para agradar ao paladar, fazer bem à saúde de muita gente. Tratado quase sempre como coadjuvante na mesa e no prato dos brasileiros, o vinagre ganhou, no laboratório, o papel principal. Destaque merecido. Pesquisas no mundo inteiro revelam que o vinagre tem os chamados compostos fenólicos, que protegem o nosso organismo.

  • "O vinagre ajuda a reduzir o teor de glicemia, controla a pressão arterial, pode ser um produto importante para a osteoporose e aterosclerose. O vinagre também tem a característica da termogenia, que é o aceleramento do metabolismo", explica Wilma Spinosa. Os pesquisadores das FAI, no interior de São Paulo, já constataram: os produtos mais comuns são feitos a partir do álcool da cana e pouca fruta. As frutas acrescentam ao vinagre nutrientes antioxidantes, que retardam o envelhecimento. Mas, para usufruir desses benefícios, o vinagre, assim como o vinho, deve ser consumido diariamente, em pequenas quantidades. "Você não vai tomar uma taça ou um copo de vinagre, mas vai usá-lo para preparar salada ou no tempero de uma carne ou de outra coisa", diz Wilma Spinosa.


  • Muita gente faz cara feia ao consumir vinagre. Mas que tal saber que ele tem zero caloria? Os pesquisadores criam receitas para aumentar a aceitação desse tempero "magro". "É um molho que a gente usa para saladas, feito com uma maçã-verde descascada, sem semente, três colheres de vinagre. No caso, eu estou usando vinagre de maçã, que é para todo o molho ficar na mesma base. São três colheres de vinagre, uma colher de azeite e um dente de alho. Usamos bem pouco sol, justamente porque o vinagre tem a característica de realçar sabor. Para os hipertensos, é um belo molho", ensina o biólogo Vitório dos Santos Júnior. Melhor ainda como energético natural. "Uma colher rasa de mel e uma colher de vinagre. No caso, eu estou usando mel de laranja e vinagre de laranja para os sabores combinarem. Uma colher de vinagre é suficiente para dissolver o mel", acrescenta Vitório dos Santos Júnior. Com o mel dissolvido, é só adicionar água gasosa, sem mexer, para não perder o gás. "Está pronto. É muito rápido, muito simples. Assim, as propriedades do vinagre e do mel vão sendo incorporadas à alimentação", diz o biólogo Vitório dos Santos Júnior.


  • Como alternativa à água com gás, pode-se usar água de coco ou chá verde e acrescentar pedaços de frutas. "Esse é um energético natural, por conta dos minerais que existem no vinagre e que ficam diluídos na bebida. É barato e sem calorias. É muito interessante tomar após atividade física ou em dias de calor. Substitui bem o refrigerante. Sempre recomendamos um pouco para a pessoa que estiver meio indisposta na parte gástrica", comenta Wilma Spinosa. Seja qual for o vinagre, até mesmo o mais barato, ele pode ser melhorado com um simples truque: é só guardar o líquido em uma garrafa com pedacinhos de madeira para acelerar o envelhecimento. "Você pode fazer com carvalho ou cabriúva. Corte os pedacinhos, deixe umas duas horinhas a 150ºC ou 160ºC no forno para secar e coloque", ensina o biólogo Estêvão Zilioli. Aí, é só deixar o tempo que quiser. Quanto mais tempo melhor.

Matéria retirada do globo reporter!

quarta-feira, 8 de julho de 2009



Receita com feijão-branco emagrece e ajuda a evitar diabetes



  • Proteína presente no grão inibe o processo de digestão do carboidrato e retarda a absorção de açúcares no sangue.
    Não há mais como separar a boa comida da comida saudável. Em um laboratório de nutrição e pesquisa no Rio Grande do Sul, os futuros chefes de cozinha e nutricionistas se revezam para criar pratos mais bonitos, gostosos e saudáveis.


  • Muitas vezes, eles trabalham juntos. É o caso do chefe Alexandre Bagio e da nutricionista e bioquímica Renata Ramos. Ele conhece os segredos para seduzir o paladar. Ela, o que os nutrientes podem fazer pela nossa saúde. E o que une os dois é o nosso feijão de cada dia.

    “Ele dá para a população uma quantidade muito boa de proteína. Os feijões, de uma maneira geral, têm em torno de 20% de proteína. É uma grande quantidade”, explica a nutricionista Renata Ramos, da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos).


  • Infelizmente, os brasileiros estão comendo menos feijão. Mas os pesquisadores não param. Tentam descobrir novas propriedades nesse grão que faz tão bem a nossa saúde. A novidade da vez é o feijão-branco, aquele que a maioria de nós está acostumada a consumir apenas como salada. Maior e mais cremoso que os outros, acredite, ele emagrece.



  • “O feijão-branco ajuda a emagrecer, porque ele tem uma proteína de reserva. Não só o feijão-branco, os feijões todos têm, mas o feijão-branco é o mais utilizado para isso, para este fim. Ele tem uma proteína chamada faseolamina, e essa proteína é inibidora do processo de digestão do carboidrato. Então, ela retarda, inibe essa absorção de açúcares no sangue”, aponta a nutricionista. Mas isso só acontece no nosso organismo, se ele for ingerido na forma de farinha, uma espécie de extrato de feijão-branco que é bem fácil de fazer em casa. Depois de ser lavado normalmente, é preciso secar bem o feijão: no sol ou sobre o papel toalha. Nunca no forno. Porque, segundo Renata Ramos, o feijão só tem efeito emagrecedor se não for cozido.



  • Mas atenção: como pode ser tóxico, o feijão só deve ser consumido cru em quantidades mínimas. Depois, é só triturar no liquidificador e peneirar. Se quiser a farinha bem fininha, pode passar também no processador. É bom fazer em pequenas quantidades que para o extrato não fique velho e deixe de fazer o efeito desejado.



  • O efeito da farinha de feijão funciona mais ou menos assim: quando consumimos um prato cheio de macarrão, de 200 gramas, é como se tivéssemos consumido uma porção menor, de 160 gramas. Mas para isto acontecer, meia hora antes das refeições, é preciso ingerir uma colher pequena, rasa, de farinha de feijão diluída em água. É essa mistura que vai garantir que parte do carboidrato dessa refeição, cerca de 20%, não seja absorvida pelo nosso organismo. Então, é como se tivesse comido este prato, que é menor.



  • O estudo mais recente que comprova que a farinha de feijão ajuda a emagrecer foi feito pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles. Ao todo, 50 adultos obesos fizeram uma dieta saudável, mas apenas metade recebeu farinha de feijão antes das refeições. A outra parte, sem saber, recebeu farinha sem efeito. Depois de oito semanas, quem ingeriu o extrato de feijão-branco estava, em média, 1,7kg mais magro e com o nível de triglicerídeos três vezes menor do que os que receberam só o placebo. Mas outros estudos registram perdas de peso de até 4% em apenas 30 dias. O bom é que, além de emagrecer, o extrato de feijão-branco também ajuda a prevenir o diabetes.



  • A receita é uma colher rasinha em um copo d’água, duas vezes por dia, porque são duas refeições principais. “Não adianta consumir mais, porque não vai emagrecer mais. Você tem que comer é em torno de um grama por dia. Então, você pode pesar um grama e comer isso durante o dia”, sugere a nutricionista Renata Ramos. “Se a pessoa consumir mais, ela pode ter diarreia, como efeito colateral. Ela pode ter problemas intestinais e náuseas. Então, ela tem que ter muito cuidado na hora de ingerir este extrato de feijão cru. Consumindo mais de um grama por dia, os efeitos são negativos”, alerta a pesquisadora. No laboratório da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), a ordem é não desperdiçar. O farelo que sobra na peneira quando se prepara a farinha de feijão também é utilizado.



  • O chef de cozinha Alexandre Bagio, da Unisinos, criou misturas saborosas. Quando faz pão, ele coloca água, fermento, sal, açúcar e a novidade: ele substitui um terço da farinha de trigo pela farinha de feijão. “É um pão que realmente tem uma quantidade maior de proteínas e de fibras, quando você coloca essa farinha de feijão”, afirma a nutricionista Renata Ramos. “Acrescido a isso, você tem o sabor e a textura que ele vai ganhar também. Ele ficou mais saboroso”, aposta Alexandre Bagio. “Ficou também mais saudável”, completa Renata. O chefe de cozinha mostra ainda uma versão da nossa conhecida salada de feijão-branco que também ajuda a não engordar, só porque se come fria. “Eu coloquei na salada o feijão-branco que é a base. Depois, entrou um molho vinagrete, com cebola, tomate, pimentão verde, salsão e um molho vinagrete de limão, com azeite de oliva, sal e pimenta do reino”, ensina o chefe. “O interessante é que, quando a gente come feijão-branco frio, ele muda um pouco a sua composição. Ele, então, engorda menos. Quer dizer, se eu comer dessa maneira, frio, eu vou engordar menos do que se comer ele sob forma de uma feijoada, por exemplo”, diz a nutricionista.

Matéria retirada do globo reporter!

quarta-feira, 1 de julho de 2009



Vinhos auxiliam
tratamentos
quimioterápicos



  • A bebida sagrada dos cristãos carrega muita vida. Na França, pesquisadores se debruçam sobre as moléculas do vinho, à procura de novas armas na luta contra o câncer.


  • O neuropsiquiatra David Servan-Schreiber parece um menino se deliciando com a vida. Na manhã fria, pelas ruas de Paris, ele vai pedalando para o trabalho. Esse homem tão cheio de energia já enfrentou duas vezes o câncer e duas vezes conseguiu vencer. Médico e paciente ao mesmo tempo, o doutor David Servan-Schreiber se lançou em uma busca para entender os caminhos dessa perigosa doença. O que intrigava o doutor Schreiber era as estatísticas: por que os números de câncer cresceram tanto depois da Segunda Guerra? Para mudar no futuro, ele olhou para o passado. Como vivíamos, como comíamos antes de o câncer se tornar uma epidemia entre nós? Ele descobriu que, ao redor do mundo, muitos cientistas se faziam a mesma pergunta e buscavam respostas em seus laboratórios. Como um detetive, ele foi juntando esses estudos e montou uma fórmula de vida anticâncer.



  • O primeiro passo para armar o nosso organismo contra a doença é seguir uma alimentação saudável. Alimentos frescos:



  • frutas,

  • verduras

  • legumes



  • Estão na linha de frente desse combate. O prato anticâncer também tem lugar para os cereais como: arroz integral; os lipídios, como o azeite de oliva; as ervas e os condimentos. Há uma lista de alimentos bons para cada tipo de câncer, mas, entre os mais poderosos, estão: o alho, a cebola, o alho-poró, a couve-de-bruxelas, a couve-flor e o brócolis. Entre as frutas, aparecem no estudo as de clima temperado, comuns na Europa. São as chamadas frutinhas vermelhas: o mirtilo, o morango e a framboesa. Também são importantes a ameixa, o pêssego e o damasco. O doutor Servan-Schreiber explica que é melhor escolher produtos orgânicos, livres de pesticidas e agrotóxicos. Mas atenção: as pesquisas mostram que é muito mais importante comer frutas, verduras e legumes, mesmo com algum resíduo de pesticida, do que não comer. O doutor Schreiber recomenda ainda beber todos os dias o chá verde, rico em polifenóis, e se habituar a usar a cúrcuma, um anti-inflamatório natural poderosíssimo, que, para fazer efeito, deve sempre ser misturada com pimenta.



  • Uma receita simples é fazer um molho com azeite de oliva e pimenta e usar para temperar saladas. Por outro lado, há os alimentos que agem como fermento para as células cancerosas. Justamente aqueles alimentos que são tão saborosos, tão difíceis de resistir. No prato anticâncer, é preciso reduzir o açúcar refinado e a farinha branca. As sobremesas, por exemplo, devem ser substituídas por frutas. David Servan-Schreiber teve câncer no cérebro aos 31 anos. Sofreu uma recaída e sobreviveu graças aos recursos da medicina moderna. Ele diz que ninguém deve abandonar os tratamentos médicos. Eles salvam vidas. O que ele recomenda é que cada um fortaleça o seu corpo para estimular a sua capacidade de resistir à doença. É uma luta diária, que deve fazer parte da nossa rotina. É uma mudança que passa também pela maneira de ver a vida. Fortalecer as relações de amizade, os laços de família. Não guardar ressentimentos. Se livrar da tristeza, do medo, da solidão. Fazer exercícios diariamente.


  • Os segredos de saúde dos vinhos da Borgonha
    A bebida sagrada dos cristãos carrega muita vida. No coração da Borgonha, em uma região conhecida como "les hautes côtes de nuits". Famosa há séculos por sua uva nobre e caprichosa: a pinot noir. Morro acima, as videiras usam a força para crescer na terra rica em nutrientes. Na região, o mais comum é encontrar dias carregados de nuvens e com muita umidade no ar. Para as vinhas, isso significa crescer em um ambiente hostil, com mais dificuldade para sobreviver. A umidade, por exemplo, facilita o aparecimento de fungos, que atacam as plantas. Para se defenderem, elas produzem substâncias chamadas de polifenóis, que matam o fungo e, depois de salvar as plantas, continuam, no vinho, onde vão nos proteger contra as doenças. Os polifenóis se acumulam na casca da uva e são liberados durante o processo de fermentação na fabricação do vinho. Por isso, é melhor beber o vinho do que tomar um suco de uva ou comer a fruta.



  • A pinot noir é extremamente rica em um desses polifenóis: o resveratrol, que ganhou fama por ser associado a um aumento na expectativa de vida. No laboratório de bioquímica e nutrição da Universidade da Borgonha, em Dijon, pesquisadores se debruçam sobre as moléculas do vinho, à procura de novas armas na luta contra o câncer.



  • O jovem pesquisador acaba de ganhar um dos mais importantes prêmios científicos do país. No computador, ele nos mostra o que descobriu. Uma célula cancerosa foi tratada com uma molécula sintética muito parecida com o resveratrol. O estudo ainda está em fase inicial, mas os primeiros resultados são animadores: mostraram que a quimioterapia, com ajuda do vinho, é mais eficiente. O resveratrol impede a reprodução das células de câncer e desbloqueia sua proteção natural, como se abrisse uma porta das células do câncer, para que o tratamento com quimioterapia possa entrar. O professor Norbert Latruffe, que coordena as pesquisas do laboratório, diz que os vinhos pinot noir têm outros polifenóis poderosos e pouco conhecidos. É a mistura, a interação dos componentes, que torna a bebida tão eficaz.



  • Em vinho, quantidade faz a diferença entre fonte de saúde ou de problemas. Ele recomenda, para os homens, no máximo três taças diárias e, para as mulheres, duas taças. Sempre durante as refeições, para que o álcool seja assimilado mais lentamente pelo corpo e o vinho interaja com os outros alimentos, espalhando seus benefícios. Bernard Hudelot bebe meia garrafa por dia. Brincalhão, diz que um bom vinho da Borgonha tem sempre duas ações: uma contra os radicais livres, que aceleram o envelhecimento, e a outra a favor do bom humor. Ele conta que a avó morreu aos 98 anos e bebia vinho todos os dias. Nos faz um desafio, nos convida a voltar daqui a três décadas. Diz que, se passar dos 100 anos, ele terá razão: vinho faz mesmo bem para a saúde.

Matéria retirada do globo reporter!